quinta-feira, 6 de maio de 2010

Caminhos a seguir...

(Seguir uma recta,
Um caminho traçado.
Desenhar uma seta
Para o sentido errado...)

Certezas e convicções
Perdidas no tempo
Palavras e acções que voaram com o vento...
Numa tempestade de areia,
No meio do deserto;
Em noite de Lua cheia,
quando estava tão perto.

Distância é medida incerta:
Não é possível descrevê-la com precisão.
É uma palavra susceptível e aberta,
Um assunto que diz respeito ao Coração.

No gozo, no prazer
Sem lágrimas no seio do pecado,
Abro os olhos e o que consigo ver
É um baloiço abandonado.
Agora balanço-me na fronteira da vida,
Entre a lágrima e a alegria.
A Esperança? Essa é lentamente consumida,
Dia após dia.

Lágrima

Envolvente a pura lágrima
Aquela que, inesperada,
Vira uma página
Quando derramada.

E caída no chão,
Sozinha, desolada,
Mergulha na solidão,
Quando derramada.

Carrega com ela, comovente,
Uma história desolada
Ninguém sabe o que ela sente
Quando cai ao chão, derramada.

Crente num só dia,
Que viria rápido como uma tempestade,
Em que nada a faria
Cair ao chão, derramada.

Trajectória descendente,
Movimenta-se descontrolada
Deixa cair uma esperança insolente
Quando é derramada.

O ar que respira?
Nada mais que mágoa adulterada.
E tudo o resto que a vida lhe tira
Quando cai ao chão, derramada.

E enquando ela escorre,
É Natureza contemplada;
Algo que não morre
Quando está no chão, derramada.

Assombração - Parte I

 'Não quero falar do assunto' Apesar de toda a confiança Tudo regressa numa palavra Adeus à segurança Como uma assombração se volta ...