Quando for grande, quero construir uma casa contigo.
As bases já as temos, só é preciso fortalecer.
Um quarto, uma cozinha, uma sala...
Onde possamos partilhar um jardim a florescer!
Regá-lo todos os dias, podar as árvores quando tiver de ser,
Para que nunca as flores murchem, ou o jardim tenha de morrer.
Quando for grande, quero continuar a dar-te a mão
Olhar na mesma direcção
Pisar o mesmo chão.
Dois Mundos que se tocam num único sistema,
Dois actores que partilham o palco, numa única cena.
Improviso, sem encenação,
Ou didascálias de instrução...
Vou-te descobrindo, e deixo-me também despida,
Ao som do destino, ao sabor das ondas da vida...
Mas não quero cair abaixo de palco, derrotada
Interpretar o papel de destroçada
Maria Madalena irremediável,
Partida a meio e irreparável
Sem presente nem futuro
Perseguida por um passado, num urro...
grito de guerra e morte anunciada...
Acordo. Suada do pesadelo. Aterrorizada.
Como quem pode perder a luz do Sol a qualquer momento.
O amor deve ser isto... E ao expoente máximo do querer...
Rascunhos do dia-a-dia. Registos do passado, projeções de futuro e uma miscelânea de temáticas.
quarta-feira, 9 de março de 2016
sexta-feira, 4 de março de 2016
Soda cáustica
Cáustica. Escrava.
Acho que sou cáustica. Corroída por dentro, corroendo o ambiente que me envolve. E tudo o que peço é um local seguro e aquele abraço que me acolhe... Apesar disso, caminho e durmo num percurso de corrosão e ferrugem. Ai, a deterioração. A desintegração.
Ai: as maravilhas da auto-comiseração.
Sou escrava do meu modo de viver e de sentir. Escrava do que o meu passado condiciona e o meu futuro condena. Uma bandeira de rendição ao sabor dos ventos alheios. Como é mesmo a palavra...? Impotente. Sim, é isso. Tão impotente como o pão que se desfaz em leite quente: sem hipótese nem força para impedir que o desfaçam em moles pedaços.
Assim me vejo: ao sabor do vento fustigante do Inverno - aquele que leva roupa do estendal para o meio da rua e para pátios desconhecidos; fraca, e sem competências para mais. E deixada assim. À mercê também da raiva, que vai crescendo como um bolinho delicado no forno. Sinto a adrenalina e a agressividade a borbulhar nas artérias e veias, arranhando-me as cordas vocais quando, finalmente, grito. E hoje, gritei. Como há meses que não fazia. Não posso dizer que me soube bem, mas não foi tão mau quanto julgara. Embora me tenha deixado o corpo em estado de paralisia...
O tempo corria, em largas passadas, e eu não conseguia acompanhá-lo.
(Um modo literário e exagerado de descrever o stress)
Acho que sou cáustica. Corroída por dentro, corroendo o ambiente que me envolve. E tudo o que peço é um local seguro e aquele abraço que me acolhe... Apesar disso, caminho e durmo num percurso de corrosão e ferrugem. Ai, a deterioração. A desintegração.
Ai: as maravilhas da auto-comiseração.
Sou escrava do meu modo de viver e de sentir. Escrava do que o meu passado condiciona e o meu futuro condena. Uma bandeira de rendição ao sabor dos ventos alheios. Como é mesmo a palavra...? Impotente. Sim, é isso. Tão impotente como o pão que se desfaz em leite quente: sem hipótese nem força para impedir que o desfaçam em moles pedaços.
Assim me vejo: ao sabor do vento fustigante do Inverno - aquele que leva roupa do estendal para o meio da rua e para pátios desconhecidos; fraca, e sem competências para mais. E deixada assim. À mercê também da raiva, que vai crescendo como um bolinho delicado no forno. Sinto a adrenalina e a agressividade a borbulhar nas artérias e veias, arranhando-me as cordas vocais quando, finalmente, grito. E hoje, gritei. Como há meses que não fazia. Não posso dizer que me soube bem, mas não foi tão mau quanto julgara. Embora me tenha deixado o corpo em estado de paralisia...
O tempo corria, em largas passadas, e eu não conseguia acompanhá-lo.
(Um modo literário e exagerado de descrever o stress)
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