sábado, 26 de março de 2011

Pequeno pesadelo

É isto.
Olhar nos teus olhos sem te reconhecer sequer, olhar para trás e relembrar.
Penso: "será que foi tempo perdido?"
Não sei... Mas mesmo assim não há dia que passe em que eu não pense em ti, o quanto me fazes falta.
Não percebi bem o que se passou, e não sei se alguma vez irei compreender, mas agora é tarde de mais para explicações.

"Back... When we were beautiful...

Faz falta ter alguém que ouça as minhas preocupações e os meus medos, que me dê esperança para tudo mesmo, que ouça as minhas parvoíces mais estúpidas sem se fartar, alguém que esteja sempre para me apanhar apesar de muita merda. Alguém que me aperte o braço e diga: "estou aqui!"...
Nada a ver com amor, mas sim com amizade. Uma amizade que tenha tudo isso, faz sempre falta ao mais comum dos mortais. É uma condição humana.

Todas as noites, fecho os olhos e revejo o momento em que decidiste mudar. Vejo e revejo, imaginando o que mudaria se tivesse tido outra atitude momentos antes, ou mesmo se tivesse dito TUDO o que me estava atravessado na garganta.
Noites a adormecer a chorar, a pensar nos teus cabelos longos ao vento naquela fotografia tãão engraçada, a imaginar aquelas tardes fabulásticas... Será que ainda te lembras? Ou também te esqueceste disso?

"The world is cracked..."

Eu não me esqueci de nada disso. Tudo me vem à cabeça quando acordo e olho para o telemóvel (de certa forma, à espera de uma mensagem tua) ou quando estou na rua e olho para o metro a passar. Um vazio cresce em mim nesses momentos, um buraco negro, e tenho de me concentrar para que as lágrimas não voltem.
"Back, when we were innocent..."

Cantemos mais uma vez o hino das promessas quebradas. Junta-te a mim, a alto e bom som, de mão no peito e olhos nos olhos. Bem... mas pra quê? Depois voltarias as costas e ias embora...
Voltas e voltas dá esta minha cabeça... Que fiz de errado desta vez? Que poderia ter feito para mudar as coisas? Que poderia eu ter dito para emendar? Gostava que me tivesses dito.

"I wonder where it went..."

Procurei no mapa aqui no Google Maps, a ver se havia alguma região do mundo onde poderias estar. Não encontrei. Estás demasiado escondida para que te possa reconhecer entre as dunas do deserto do Sahara ou entre as ondas do Oceano Pacífico.
Penso em tudo aquilo que disseste sobre o nosso amanhã. Onde está ele?! Será que desapareceu entre as brumas de ontem? Ou ficou perdido nos sonhos de hoje?

"The world is cracked... The sky is torn..."

Não sei se é o ponto final. A única coisa que sei é que mais uma noite me deito com este buraco no estômago... Mas e tu? Como estás?
Tenho de andar para a frente, deixar isto cair em esquecimento, aproveitar as coisas óptimas que a vida me trouxe! Mas no fundo, mesmo lá bem no fundo, ainda há um pedacinho de mim que te pertencerá sempre...

"So much less, and then so much more..."

(Exagerado? Demasiado sentimentalista? Deixa ser... Deixa lá...)

quinta-feira, 24 de março de 2011

'Indiferença humilhante'

Como entender, se não há nada para entender? Sim, é isto que estou a dizer.
Aprender??? Isso queria eu saber!!
Pelos jardins do lugar, enjoada e de mão na mão, fugia-me dos pés o chão, enquanto a língua se enrolava no céu da boca.
Palavras... ahah. Essas saíram-me secas mas sinceras, amainadas contras as feras (de dentes à mostra); basicamente, saliva cuspida sem objectivo algum, motivo qualquer para ameaças sem fundamento nenhum.
"Face to face", cara a cara, em (des)vantagem numérica.
Justiça irónica que é esta. Nadinha. Nada faz sentido.
Saudades, lágrimas, raiva pura. Fogo, isto não perdura.
Mas devia, por todas as promessas feitas - umas cumpridas, outras por cumprir.
A decisão foi partir... Mas quase partir dentes!!
"Tu não entendes."
Talvez não... Mas tu também não compreendes.



(The end?)

Assombração - Parte I

 'Não quero falar do assunto' Apesar de toda a confiança Tudo regressa numa palavra Adeus à segurança Como uma assombração se volta ...