domingo, 27 de junho de 2010

Uma paixão muda (co-escrito por André Teixeira Pinto)

As palavras voaram da minha mão;
Recolhi-as com os meus lábios
E deixei-as cair ao chão,
Num esgar de paixão.
Vendi a minha alma
Sem dó nem piedade,
Sem calma,
Na tranquilidade da mais pura felicidade.
Às vezes não sei que ando aqui a fazer:
Ingrata dádiva do Mundo,
Esse que tantas belezas tem para ver,
Tantas mais qualidades que às vezes não sei o que ando aqui a fazer.
Algo me renasce,
Transforma.
Mexe cá dentro,
Arranca de tal forma
O meu ser pela raiz;
De tal maneira me toma
Que não percebo o que já fiz.

Momentos,
Instantes intensos
Sem maneira de descrever,
Sem palavras para dizer
Pois deixei-as cair ao chão
Num esgar de paixão.
Mal conseguia respirar,
Esse cheiro deixava-me tonta.
Mas tive a coragem de inspirar
E saborear naquele ar inalado,
O suave perfume do pecado.
Porque "o amor é uma alma que habita em dois corpos",
Perde-se a calma,
Sem dó nem piedade,
Na tranquilidade da mais pura felicidade.
Para atingir a união
Na chama, no poder,
No pecado talvez,
Dessa paixão.

Sonhar (2007)

O meu olhar torna-se vazio
E vagueio na minha mente.
Mas abro bem os olhos... e sinto frio
Pois o que sonhei... é isso, simplesmente:
Um sonho por sonhar,
Uma história por contar,
Um momento irreal impossível de alcançar.
E afinal de contas tenho que sofrer
Nesta m*rda de vida que estou a viver.
As lágrimas vêm automaticamente, passando pela cara
E com a mão limpo-as, à descarada.
Pergunto-me a mim mesma: "Porquê?"
Mas a resposta não é fácil,
E recebo um papel em branco com a palavra "Fé";
Mas só serve para calar as perguntas. Nada de útil.

Então envolvo-me no sonho.
Um sonho mais profundo que o próprio ser.
Em que acreditar é o pior que se pode fazer,
Mas bem melhor do que abrir os olhos...
O sonho e o conforto recebem-se de braços abertos,
Uma sensação de alívio faz eco no meu corpo;
E dou mil e um sorrisos incertos,
Perpetuando o ciclo
E desalinhando a vida.
E uma música consegue ser ouvida,
Lá bem do outro lado desta Vida,
Que chega até mim
E adia as lágrimas, assim,
Que se acumulam numa pilha de coisas por chorar:
Ansiosamente à espera de ser esvaziada.

Mas chega a hora,
Ganho sono.
Assim que deitar a cabeça na almofada,
Vou sonhar.
Mas um sonhar diferente,
Que só sabe quem o sente
E irei fechar os olhos,
Adormecendo por escassas horas,
Para acordar no dia seguinte exausta.
Com pouca vontade, largo o papel e a caneta;
Preparo-me quase como se fosse partir...
Partir para outro Mundo.
Até amanhã,
Vou dormir.

Assombração - Parte I

 'Não quero falar do assunto' Apesar de toda a confiança Tudo regressa numa palavra Adeus à segurança Como uma assombração se volta ...