quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ondas

Sob um tecto escuro, estrelas a meio gás
Música flutua sem saber o que faz.
Um corpo isolado, perdido
Nas ondas da memória de um livro já lido;
Um livro já gasto,
Páginas corroídas pela acidez de tristes acordes de guitarra.
O som grave de palavras agridoces,
Oscilações de uma saudade que nunca sara.
É um segredo escondido, por baixo do colchão
Ou por vezes debaixo da almofada...
Para me assombrar os sonhos e o coração.
Por onde passa, deixa um resto de nada.
Um brilho do que foi e não volta,
Um vislumbre de uma lembrança que deixei à solta.
Correm pela minha pele como lâminas
Estes arrepios que sinto...
Gotas de sangue caem no chão onde minto.
Minto com todos os dentes que tenho na boca,
E o mais grave de tudo é que não me arrependo.
Talvez esteja louca!
Não me admirava nada...
São delírios a preto e branco
Estas minhas convulsões sem controlo...
Libertem-me! Libertem-me, por favor! É tudo o que peço... Porque cada vez parece mais difícil de aguentar!!!
Mas como ser libertada daquilo que não se quer largar?
Os pensamentos vão e vêm
Os pesadelos idem.
O meu corpo eventualmente adormece e esquece;
A saudade permanece..

Assombração - Parte I

 'Não quero falar do assunto' Apesar de toda a confiança Tudo regressa numa palavra Adeus à segurança Como uma assombração se volta ...